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segunda-feira, 14 de março de 2011

A geração e a música e o emprego: mas esta miúda não se cala com este assunto?

Vou tentar escrever sobre isto pela última vez. Porque é um assunto que já cansa. E onde cada pessoa tem um ponto de vista diferente, muito motivado pelo seu percurso profissional, e pelo das pessoas à sua volta.
O que me faz mais confusão, relativamente a este assunto e às diferentes perspectivas e às diferentes opiniões expressas, é que ne negue a crise que existe. Porque ela existe. Mas Portugal não tem estado sempre em crise? Tem. Mas a crise agora é mundial. E isso afecta ainda mais o nosso país do que todas as outras crises que temos vindo a atravessar. E esta crise tem uma expressão ainda maior nos jovens licenciados. E nos idosos também mas não é sobre isto que estou a escrever.
Sou da opinião que se deve trabalhar seja em que área for. E acho que isso ficou explícito no meu percurso profissional que descrevi uns textos abaixo. E também acho que uma das saídas para este desemprego tão acentuado é o empreendedorismo. A questão é que no que diz respeito a trabalhar em outras áreas as ofertas maiores são call centers, supermercados e lojas. E sabemos que esse tipo de empregos não garante futuro. Mesmo que os jovens se quisessem agarrar a isso e criar uma carreira muito dificilmente o conseguem. E relativamente à criação do próprio emprego a questão é que, por muita vontade que se tenha, muitas vezes não existe condições monetárias para tal. Por isso acho que o empreendedorismo é valorizável sim e é uma das soluções para a crise mas não podemos é achar que quem não o põe em prática é menos do que quem o põe. Porque se calhar não tem forma de o fazer.
Comentei alguns textos da Gata Escaldada onde se calhar até parecia que estava contra ela. Mas não estou. Nem contra ela, nem contra a Pólo Norte, nem contra ninguém que tenha escrito sobre o assunto. Tenho é uma perspectiva diferente em muitas coisas.
Mas concordo com muitas outras. Concordo com o facto de as licenciaturas terem de ser bem escolhidas. Com a necessidade de se criar a própria sorte. Mas, talvez pela minha realidade pessoal, e a das pessoas de quem estou rodeada, tenha percebido que nem sempre isso chega. E que nem sempre é o mérito que leva a que se alcance sucesso. E é sobretudo contra isto que estou. Não acho que o estado tenha de me arranjar um emprego. E penso que isso sempre ficou bem claro. Até porque eu não estou totalmente desempregada. O que acho é que tem que haver condições para que as pessoas possam mostrar o seu valor. E tudo o que escrevi se resume a esta última frase. Nem vou falar da questão dos recibos verdes, nem da falta de contratos de trabalho, nem dos contratos temporários que não o são. Também não vou falar das pessoas que esperam qu tudo lhes caia do céu aos trambolhões. Existem? Claro. Mas também existe quem trabalha, tenha iniciativa e valor e vontade e não o consiga mostrar. E é a estes que me refiro.

E não fui à manifestação? Motivos? A Pólo tem um comentário no blogue onde os explica. Charros, gadjets, alcóol. Não é esse tipo de coisas que vejo como uma manifestação séria. Mas aplaudo quem foi e não ficou sentado.

2 comentários:

  1. Resumindo e concluindo: estamos de acordo!
    ;-)

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  2. O teu comentário fez-me sorir. Nunca disse que não estávamos. O que queria era que houvesse mais oportunidades para as pessoas que se esforçam mostrarem o seu valor. Porque, e aqui vou desculpar-me pela falta de modéstia, sei que tenho algum valor. E o que me "chateou" foi pensar que de alguma forma se metiam os desempregados/que estavam com empregos precários/não tinham forma de ser empreendores todos no mesmo saco percebes? Mas ficar sentada à espera? Nah. O que eu queria mesmo (e já ando a investigar) era criar uma coisa minha que também gerasse empregos. E quero ver este país evoluir. Mas acho que isso só se consegue (e acho isto há tanto tempo!) com uma grande mudança de mentalidades. Enquanto isso não acontecer pode mudar o governo as vezes que mudar que vai continuar tudo na mesma.

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