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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A geração e a música e o emprego: a minha experiência

Que me lembre o primeiro trabalho que tive foi aos 16 ou 17. Fiz embrulhos durante o Natal numa loja de música no Chiado que pertencia à empresa onde trabalhava o tio de uma amiga minha. E na altura (1998 se não me engano) recebi muito bem. Foram 50 contos por cerca de 15 dias de trabalho. A seguir a isso foram raras as férias em que não tivesse trabalhado. Durante o ano em que não entrei na faculdade (tirei psicologia e como vinha de humanidades faltava-me a matemática ou a Biologia que fiquei a fazer no ano a seguir a terminar o 12º ano) trabalhei no Pingo Doce para ter dinheiro para tirar a carta que na altura os meus pais não me quiseram dar. E durante a faculdade estive numa conhecida perfumaria a fazer embrulhos em todas as épocas festivas (Natal, dia dos namorados, pai, páscoa, mãe, dia da criança, whatever) e quando esse trabalho terminou estive na FNAC durante um mês nas férias de Natal. Cumulativamente no 2º ano da faculdade comecei a dar explicações. Actividade que não parei e na qual continuo a trabalhar. Durante o curso conheci muitas pessoas, quase que me atrevo a dizer a maioria, que nunca tinham trabalhado em lugar nenhum. E eu andei no ISPA que é uma universidade privada (sim, conseguir de facto fazer biologia, tendo tido melhor nota do que muitas pessoas que estavam na área de ciências há 3 anos, mas, mesmo assim a juntar a minha média de 17 do secundário e 19,2 do exame nacional de psicologia fiquei a 3 centésimas da nota do último classificado). Terminei o curso nos cinco anos previstos. Nunca chumbei um único ano e houve apenas uma cadeira que ficou em atraso. E mesmo essa só esteve em atraso um ano (e não foi só um semestre porque era anual) porque foi logo feita no ano a seguir. E fui que paguei por ela. Porque fiz questão de dizer aos meus pais que, mesmo pagando-me eles a faculdade, o erro de deixar a cadeira em atraso tinha sido meu e por isso era eu que a ia pagar. E foi mesmo isso que fiz.
Quando terminei o curso (Outubro de 2005) e sabendo à partida que a minha área não era fácil resolvi criar o meu próprio projecto. Que é uma coisa da qual tenho orgulho mas que não correu bem. E não correu bem porque fiz muitas opções erradas fruto da imaturidade da altura. Não me custa nada a admitir. Aprendi muito com tudo isso mas a verdade é que também teve custos. E esses custos foram maioritariamente ter-me feito perder grande parte da minha proactividade. E começar a ter medo de arriscar. Ainda com o projecto a decorrer fui chamada para um centro de explicações no final de 2007 e aceitei acumular. Depois de ter terminado o projecto (Junho de 2008) arregacei as mangas. Fui trabalhar para um call center a vender cartões bancários do citibank (sim, fui daquelas pessoas muito chatas, mesmo muito chatas). Mas não gostava do que estava a fazer. E continuei a tentar mudar. Acabei por ir parar ao call center do serviço de atendimento ao cliente da vodafone onde gostei de estar mas de onde saí ao fim de seis meses e continuei sempre no tal centro de explicações. Durante esse tempo ainda tirei o CAP. E a seguir, tal como já sabe quem me lê a algum tempo, a minha mãe adoeceu e eu optei por a acompanhar. Estive portanto desde o Verão de 2009 até ao Verão de 2010 parada. E mesmo durante esse tempo ainda estive uma semana noutro centro de explicações (e saí por aquilo ser um autêntico depósito de crianças que levava ao desespero quem lá trabalhava) e dei algumas explicações por conta própria. E este ano a partir de Setembro já trabalhei num shopping a fazer auditoria de loja e em dois centros de explicações (sendo que um deles é o mesmo em que já trabalho desde o final de 2007). Neste momento estou apenas num deles porque no início de Janeiro a minha mãe foi operada e o ter estado afastada uma semana foi o suficiente para me susbtituírem.

2 comentários:

  1. Realmente identifico-me muito como já tinhamos falado e as minhas queixas de serem 5 anos não é bem pelo tempo, é um misto de coisas que não posso expor tudo no blog.

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  2. Claro. Acredita que também há muitas coisas (e agora não me refiro a trabalho) das quais não quero falar. Calculei que te fosses identificar.

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