Páginas

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Faz hoje exactamente um ano que vivi um dia que foi ao mesmo tempo dos mais difíceis mas também dos mais felizes. Foi no dia 23 de Setembro de 2009 que, depois de vários tratamentos, análises e exames, a minha mãe foi operada ao tumor que lhe tinha sido diagnosticado uns meses antes. Estar à porta de um bloco operatório mais de 6 horas, quando lá dentro está a pessoa que mais amamos, e não saber o que se está a passar é sufocante. Mas quando sabemos que terminou, que ela está bem e até nos dá um sorriso, e nos dizem que correu tudo bem a sensação de alívio é indescritível. E no entanto, apesar de eu pensar que a partir daí tudo ia ser mais fácil, o receio continua tão presente como no dia do diagnóstico. Porque com estas doenças nunca sabemos o que vai acontecer a seguir. E mesmo que saibamos que durante a cirurgia o tumor foi todo retirado, que até aqui os exames têm mostrado que está tudo bem, e que as análises apresentem valores normais só quem passa por uma experiência destas consegue perceber o aperto que sentimos todos os dias no peito. E se é verdade que, tal como me disseram há uns dias num email, "life is random" por isso não faz grande sentido vivermos preocupados, quando a situação é com a pessoa que mais amamos não o conseguimos evitar. Mas no entanto uma doença destas também nos faz reavaliar toda a nossa postura. Pensar que damos demasiada importância a coisas que não interessam. E a aprender a colocar as coisas em perspectiva.