Sei que não escrevo aqui há muito tempo, sei que estou em dívida com os meus (poucos) leitores, sobretudo no que diz respeito às fases dois e três da dieta que publiquei, mas, não sendo propriamente a pessoa mais organizada do mundo, e dispersando-me com muita faculdade, a faculdade tem-me roubado todo o meu tempo. É, sem dúvida, por uma boa causa; encontrei o meu caminho profissional, aquilo que quero fazer o resto da vida, e ao qual me tenho dedicado de corpo e alma, mas, ainda assim, devia e quero conseguir organizar-me melhor e ter mais tempo: para descansar, para escrever, para fazer outras coisas sem ser estudar e não me sentir culpada com isso. Claro que tudo isto é fruto de um enorme perfeccionismo da minha parte, que, se por um lado é bom, por outro desgasta. Experimentem juntar falta de organização com perfeccionismo e verão que é um cocktail explosivo, que deriva, grande parte das vezes, em estar a estudar até altas horas da madrugada, em cima do prazo de entrega de algum trabalho, para tentar fazer, num curto espaço de tempo, um trabalho perfeito. Não era muito mais inteligente ir fazendo esse trabalho aos poucos? Era. Mas eu sou (também) a rainha da procrastinação e do boicote.
No entanto, apesar destas confissões, e de este assumir de culpa, ainda não vai ser hoje que vou voltar a falar de dietas.
Hoje vou falar de Natal. Ou melhor, da ausência de espírito de Natal que estou a sofrer este ano. Estou no norte, em casa de família, mas não me apetece estar aqui. Apetece-me abrir a porta, sair e correr para algum sítio onde, de facto, me sinta em casa, onde tenha um sofá no qual eu me possa sentar, com uma mantinha, a ver filmes de Natal. Um sítio onde me sinta confortável, aconchegada e protegida.
Sou uma pessoa que sempre valorizou a família e os momentos em família, incluindo o Natal. Mas, hoje em dia, depois de uma série de transformações pelas quais fui passando, percebi que família é um sítio no qual nos sentimos acolhidos e não criticados a toda a hora. Um sítio do qual fazem parte pessoas com quem nos identificamos, com quem gostamos de estar, conversar, passar tempo. E eu não sinto nada disso. A minha família é extremamente competitiva, há muitas críticas e quase nenhuns elogios, a tudo e a todos, e eu não só não sou assim, como não gosto disso. Por isso, não me sinto bem aqui. Por isso, este ano, mais do que todos os outros, o Natal está-me a passar completamente ao lado, e eu só quero que esta época termine, para poder regressar a minha casa.
Eu sei que este é um texto negativo, que, nesta quadra, as pessoas esperam ler outras coisas, mas, neste momento, não consigo disfarçar e precisava de escrever.
eu compreendo-te bem.
ResponderEliminartenho saudades dos emails que trocámos.
a ver se voltamos a falar em breve.
um grande beijinho e ânimo.
Estou em falta contigo, e com tanta gente...
EliminarToma lá, Teresinha. A ver se continuo...
ResponderEliminarhttp://sixdegreeesofseparation.blogspot.pt