sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Cultura
Estive a ouvir a entrevista do António Lobo Antunes (que homem interessante!) e a propósito de ele ter dito (e eu concordar) que os países mais cultos não estão em crise (Noruega, Suécia, Dinamarca) e que os que estão são os que têm menos cultura (Grécia, Portugal, Espanha), afirmando nesse sentido que a cultura é absolutamente essencial para a evolução de um povo lembrei-me que os países que estão a atravessar as maiores crise são os que foram muito importantes no passado para a humanidade. A Grécia foi o berço da civilização ocidental, da democracia, com filósofos que ainda hoje são tão importantes e Portugal deu mundo ao mundo. Teremos ficado agarrados às memórias do passado?
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é utópico considerar que é apenas a cultura a influenciar este tipo situações. Sem deixar de se perceber claramente que a disponibilidade para se ser culto está também no poder económico do país e vice-versa. Nada é tão linear.
ResponderEliminarPsicoses de Sobra,
ResponderEliminarMas eu não disse que era apenas a cultura a influenciar este tipo de situações. Porque não é. Existe uma multiplicidade de factores. Concordo em absoluto quando dizes que nada é linear. Mas não posso deixar de te dizer que há várias formas de cultura. E sobretudo há várias formas de cultura gratuitas. Cultura não é apenas ir ao cinema (podem ver-se filmes na televisão), comprar livros todos os meses (podemos requisitá-los na biblioteca), visitar museus caros (existem museus com dias gratuitos), etc. E claro que existem espectáculos gratuitos, existe a internet que quase toda a gente tem e é um enorme veículo de cultura se bem utilizada, etc. O problema é a educação para a cultura. Não somos educados no sentido de nos tornamos mais cultos, de percebermos a importância que a cultura tem. É o medo que durante tantos anos existiu em Portugal de que as pessoas fossem cultas. E sabes porquê? Porque pessoas cultas são pessoas que têm espírito crítico, pessoas que sabem pensar, pessoas que não deixam perpetuar certas situações. E daí então dizer-se que nos países mais cultos estas situações de crise não são tão graves. Porque a população no geral (e políticos incluídos) não cometeu durante anos e anos acções que levassem a estas situações.
Cumprimentos
É bem verdade, países nórdicos. De destacar também a Finlândia que não foi aí referida. Não é só a cultura, é a sua própria maneira de viver muito mais inteligente e bem mais simples.
ResponderEliminarY,
ResponderEliminarMas as pessoas tendem a ver a cultura (e viver de forma inteligente é uma forma de cultura) como algo caro para o qual só temos disponibilidade depois de outras coisas estarem cumprida. E não devia ser assim. A cultura é uma forma de riqueza. E cultura tal como já disse não é só ir à ópera. São muitas coisas de que ninguém se lembra.
Cumprimentos