Tenho lido aí pela blogosfera textos de mulheres que sendo inteligentes, independentes, interessantes, cultas, bonitas têm a sensação que não vão encontrar alguém com quem partilhar a vida.
Não que isto seja um drama, que não é, é possível ser feliz sozinha, as mulheres do século XXI não precisam de homens para nada e bla bla bla. Claro que sim. Tudo isto é verdade.
Mas, pelo menos na minha opinião, a vida torna-se muito mais interessante quando temos alguém com quem a partilhar.
Existe a família, que é e será sempre o nosso grande suporte, os que nos vão amar incondicionalmente. Existem os amigos, com quem passamos bons momentos, que nos criticam quando é preciso e que nos elogiam quando é caso disso.
Mas é diferente o amor da família e dos amigos do amor de uma pessoa com quem pensamos poder construir um projecto para a vida.
E talvez o séc. XXI, além da independência, que é positiva, tenha trazido também um certo isolamento. Pelo menos em mulheres que estudaram mais, que têm empregos mais bem pagos, que têm uma vida independente sem para isso precisarem de se juntar a alguém.
Talvez porque estas mulheres se habituam a um certo estilo de vida do qual não estão dispostas a abdicar. Talvez porque enquanto sozinhas podem fazer tudo aquilo que lhes apetece. Talvez porque estão mais exigentes e não aceitam qualquer coisa. E ainda bem. Porque as razões para se estar com alguém devem apenas afectivas e nunca por interesse. Mas, por outro lado, penso que a exigência tem de ter limites. O amor é, também, feito de cedências. E, se há homens que são uns verdadeiros trastes e não interessam a ninguém, outros há que valem a pena. Há é que dar tempo ao tempo. Tempo para conhecer. Tempo para gostar. Tempo para perceber se vale ou não a pena. Não se pode desistir à primeira. Não se pode pensar que, por não ter uma determinada qualidade, já não é a pessoa certa para nós. Porque, tal como aquele que parecia tão certo, afinal não é, o outro que à partida até não tinha tudo o que (pensávamos que) queriámos pode ser afinal a pessoa ideal. Só com muita convivência é que realmente conhecemos as pessoas. E só com o conhecimento é que a atracção, o interesse e o gostar podem passar a amor.
Estar sozinha entre aos 25, aos 30, aos 35 é muito diferente de estar sozinha aos 50, 60, 70. Porque até uma determinada altura tudo é fácil sozinha, tudo é novo, tudo é possível. Mas "a eternidade é comprida, sobretudo no fim" e acredito que a solidão também.
Acredito que a partir de uma determinada altura sente-se ainda mais a necessidade de ter alguém ao lado. Alguém que nos ame, que nos ouça, que esteja connosco.
Pelo menos na minha opinião.
Porque, apesar de estar sozinha hoje, espero encontrar alguém com quem partilhar a vida. Com quem fazer projectos faça sentido. Com quem eu queira viver.
Sim, sei ser feliz sozinha. E até sou da opinião quem quem não é feliz sozinho não é feliz com alguém porque não sabe estar consigo. E é essencial saber estar consigo para saber verdadeiramente estar com os outros.
Mas acho que o amor, paixão, a partilha, dão muito mais cor à vida. E sei que se não encontrar alguém com quem possa construir um projecto de vida não serei tão feliz como se encontrar. Porque tudo é tão mais bonito quando temos alguém com quem o partilhar, alguém que está lá para nós quando chegamos camsadas a casa no fim-de-semana, alguém com quem faz tanto sentido pensar no fim-de-semana romântico, alguém com quem podemos realmente ser nós.
Gosto destes textos, sabes... sentidos. Sinceramente concordo plenamente com tudo e qualquer dia lá vai aparecer um melguinha para te chatear e amar-te muito =)
ResponderEliminarBeijinho*
Acho que no fundo no fundo todos somos felizes sozinhos se pensarmos que um dia vamos encontrar alguém! O problema é que isso leva à idealização que por vezes torna-se uma barreira, uma justificação para nos mantermos no mesmo status quo, à espera do que nunca mais chega, porque se calhar não queremos verdadeiramente que chegue, por medo ou por parvoíce!
ResponderEliminarconcordo e gosto muito das tuas palavras. realmente é uma faca de dois gumes. a isso podias acrescentar o facto de homens se sentirem inferiores a mulheres independentes e determinadas. alguns, vá lá que não são todos.
ResponderEliminarhello!
ResponderEliminarvim conhecer o teu cantinho através de outros cantinhos :)
gostei muito do teu texto!
eu acho que 'o amor acontece' quando menos se espera...claro que também convem andar de olho aberto lloooolll
by the way, conheço muitas pessoas que aos 50, 60, 70 e até 80, refizeram a sua vida, depois de os respectivos/as terem falecido! e acho muito bem que o façam.
a solidão é muito triste!
e...pessoas perfeitas não existem, costumo dizer que não se pode mandar fazer uma pessoa como se manda fazer um vestido. parece-me cada vez mais que há mulheres e homens também, que EXIGEM ene de requisitos parvos, tipo ahhh não fazes depilação brasileira, que horror já não serves, ou quero um George Clooney, etc etc etc.
e depois, olha, assim ficam para sempre alone!!!
o amor é lindo :-)
xoxo
Confesso que não concordo totalmente contigo...
ResponderEliminareu ja passei por varias fases.. aquela em que não conseguia estar sozinha.. aquela em que estava acompanhada mas estava igualmente sozinha... aquele em que estava bem acompanhada mal acompanhada e diabo a quatro...
depois cheguei a fase que sim... que sozinha estou bem... muito bem ate... e que ate posso ter companhia mas... sozinha tb não fico mal...
e por vez dou por mim a pensar... se vale a pena estar acompanhada? Se o esforço compensa...
Amar é fácil, é ficar que implica o nosso esforço, a nossa atenção, o empenho.
ResponderEliminarNunca tudo é perfeito, há sempre qualquer coisa que podia ser diferente, mas quando gostamos verdadeiramente essas coisas passam para o plano acessório.
Bem... E o que dizer?
ResponderEliminarSó me ocorre uma frase que, nos últimos tempos, não me sai da cabeça: "Tudo aparece no tempo certo".
E penso mesmo, do fundo do coração, que quem é "construído" para estar com alguém, para fazer alguém feliz, vai encontrar essa pessoa.
Não será à primeira, segunda ou terceira, possivelmente, mas encontrará. E, por vezes, até será alguém que sempre esteve à nossa frente, mas que ou não víamos ou não queríamos ver...
Viva Miss G.
ResponderEliminarEngraçado, há uns dias estive para escrever um post exactamente sobre isto.
O que tenho verificado é que há muita gente - mas muita mesmo - que se encontra só. Profundamente só. E fazem de tudo para fugir desse vazio interior, muitas vezes não admitindo - nem para si mesmos - que isso é sequer relevante.
E então agarram-se a viagens, drogas, sexo, carros, casas, e tantas coisas mais que podem ser muito bonitas e apelativas e até produzir inveja nos outros... mas que não preenchem, de forma alguma, o vazio dentro do peito.
O que me parece é que estamos a tentar convencer-nos que podemos viver perfeitamente bem sem Amor. E - da minha experiência - não podemos. Ou pelo menos a grande maioria de nós não pode, não consegue.
Vivemos de máscaras e ilusões. A maioria das pessoas que assisto vive vidas duplas ou triplas, ou mais: uma cara para o trabalho, uma para a família, outra para os amigos, e finalmente uma cara interior. Aquela que por vezes - nem em terapia - mostram totalmente.
E essa cara não é feliz, não é sorridente e maravilhosa, independentemente do quanto dinheiro ganham, quantas viagens fizeram, quantos bens acumularam. Essa cara é triste e tem uma causa principal: um coração só.
Este é um mal que me parece enraizado profundamente na nossa sociedade: crescemos para nos tornarmos lógicos, competentes, racionais, inteligentes... mas ninguém nos ensina a Amar. Ninguém nos ensina como se constrói uma relação, ninguém nos ensina a entre-ajuda, ninguém nos ensina a Amizade. Ninguém nos ensina o Amor.
Temo-nos desligado mais e mais do nosso coração e agarrado com unhas e dentes à mente, como se ela nos pudesse livrar da nossa própria estupidez.
É como se nos estivéssemos a tornar pequenas ilhas cerebrais... cada vez mais brilhantes e cada vez mais isolados, mais sós.
Temos amigos, temos conhecidos, temos colegas... mas todos ficam a uma pequena distância, observam só até onde deixamos observar... não abrimos brechas porque abrirmo-nos é dar espaço para que nos magoemos.
E temos todos um medo absurdo de sofrer. E por temos tanto medo de sofrer no futuro, vamos sofrendo amargamente o presente.
Encolhidos na nossa casca, formigas armadas em elefantes. Somos como um jogador de xadrez que não consegue prever mais do que uma ou duas jogadas à frente.
Senão abriríamos os braços à Vida para viver, amar, sofrer, cair, levantar e viver de novo. Tantas vezes quantas necessário.
Um abraço,
The Love Coach
Muito bom post :)
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