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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Para aí desde o 7º ano que quero seguir psicologia. Toda a minha vida sempre disse que não ia dar aulas, por mais que me tentassem empurar. Tenho muitos professores na família e, provavelmente, isto foi como uma tomada de posição própria das idades adolescentes.

Na altura em que estudava, na transição do 9º para o 10º ano, não tive dúvidas em escolher humanodades. Lá estavam todas as disciplinas com que mais me identificava. A história, a geografia, as línguas. Mesmo sabendo que essa área não dava entrada para a faculdade estatal de psicologia cá de Lisboa (na altura a FPCE de Lisboa era a única faculdade do país onde para entrar no curso de psicologia era obrigatório ter ou biologia ou matemática).

Entre o 10º e o 12º ano fui ganhando um gosto pela disciplina de Português A que nunca pensei poder ganhar. Muito devido à excelente e muito, muito querida professora que tive, a Dra. Natércia Matos Alves, a quem ainda hoje admiro muito e de quem gosto muito mais do que se gosta de um professor.

Esta professora foi então a responsável para que eu até ponderasse não seguir psicologia, mas sim Estudos Portugueses. Mas sempre com o senão de a saída desse curso ser apenas o ensino -algo que eu continuava a não querer.

Assim, no final do 12º ano, como sabia qu não ia entrar em Psicologia, porque me falvata Biologia, candidatei-me a Estudos Portugues. Entrei. Na FSCH da Universidade Nova de Lisboa. Adorei as praxes, ao fim do primeiro dia já tinha amigos, estava tudo a correr muito bem.

Mas, quando começaram as aulas, comecei a ficar nervosa. Ansiosa. Não me conseguia esquecer que a minha primeira escolha era psicologia. Parecia-me mal estar a desistir de forma tão fácil. Desisti. Fiquei um ano a fazer Biologia. Fiz. Não entrei na estatal por 0,03. Fui para o ISPA. Tirei o curso nos 5 anos previstos (comecei e terminei o curso exactamente no mesmo dia, com cinco anos de intervalo).

Durante a faculdade comecei a dar explicações. De português e Inglês. Fui-me apaixonando pelo ensino. Penso que a vida acabou por escolher por mim e por me mostrar que o caminho era o do curso de Estudos Portugueses e não o de Psicologia. Tudo o que tenho feito se relaciona com o ensino. E cada vez gosto mais de tudo o que diz respeito ao ensino.

E agora penso: o que é que eu faço? Não posso, neste momento, pelos mais variados motivos, decidir que vou tirar o curso. Mas não deixo de pensar que o que queria mesmo era dar aulas. De português. Porque eu vibro com tudo o que é poemas e narrativas e figuras de estilo e gramática e planificação de aulas e exercícios e testes e livros de apoio ao estudo e tudo e tudo e tudo.

11 comentários:

  1. eu digo sempre para seguir o que te faz sentir bem. porque não tirar um 2o curso? há sempre tempo para aquilo que nos faz bem.
    beijinho...

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  2. e porque não?

    se efectivamente é o que tu gostas... e se o podes fazer.... porque não?

    ganha coragem....

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  3. A vida por vezes encarrega-se de endireitar o que não está direito... Força segue o teu sonho!

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  4. Se é o que realmente gostas eu acho que devias seguir em frente. Se não fizeres em 3, fazes em 4.. sem stress, mas nunca devemos abandonar os nossos sonhos, ficamos incompletas. Olha eu agora com esta idade estou a ponderar ir tirar uma licenciatura, sinto me incompleta. Mas eu vou tirar estudos ingleses, pois adoro a lingua inglesa... nunca é tarde, acredita. Beijos

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  5. Eu sempre que seguir a área da educação e tirei psicologia, numa faculdade estatal - o ISCTE. Na altura segui psicologia social e das organizações. Entrei no ISPA também, mas optei por esta área. E hoje, licenciada em psicologia, trabalho numa escola, nao como professora, mas ligada à educação e formação de adultos. E dou formação e adoro. Agora vou tirar um mestrado em ciências da educação, para aperfeiçoar esta vertente.

    Nestas coisas eu acho que devemos seguir o coração, para nos permitirmos ser felizes.

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  6. Eu sempre que seguir a área da educação e tirei psicologia, numa faculdade estatal - o ISCTE. Na altura segui psicologia social e das organizações. Entrei no ISPA também, mas optei por esta área. E hoje, licenciada em psicologia, trabalho numa escola, nao como professora, mas ligada à educação e formação de adultos. E dou formação e adoro. Agora vou tirar um mestrado em ciências da educação, para aperfeiçoar esta vertente.

    Nestas coisas eu acho que devemos seguir o coração, para nos permitirmos ser felizes.

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  7. Faz o que te fizer mais feliz! Não é isso o mais importante? :)
    Beijinhos e força!

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  8. E se fosses dar aulas de psicologia? No 12º ano existe essa disciplina. Isso não te faria feliz? quanto ao 2º curso eu sou o exemplo, aos 28 anos sou enfermeira há 6 e estou a terminar o curso de jornalismo, mas sempre a trabalhar como enfermeira. é dificil, abdicas de muita coisa porque o dinheiro não estica, mas vale a pena!

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  9. Obrigada a todas pelas palavras. A questão é que eu há uns anos fiz a admissão à faculdade de letras e entrei, mas depois acabei por não poder ir por outros projectos que tinha na altura. Neste momento a minha mãe está doente, como já escrevi aqui, não é a altura certa. E depois não tenho uma estabilidade profissional (estou desempregada aliás) que me permita ter dinheiro para o fazer.
    E a doença da minha mãe fez-me olhar para a minha vida e ver que, neste momento, não tenho nada. Ou melhor, tenho família e amigos. Mas sinto-me de pés e mãos atadas para a maioria das coisas que poderia fazer.
    Vanity: penso que não posso dar aulas de psicologia. Mas sim, faria-me feliz. Ainda vou investigar melhor, mas até há uns tempos só os licenciados em filosofia tinham os requisitos necessários para se candidatar.

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  10. Embora o ensino esteja numa situação muito delicada...

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